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CÂNCER E FAMÍLIA (04/02/2012)

CÂNCER E FAMÍLIA (04/02/2012)

Uma doença, como o câncer, afeta muito a família. Nesta entrevista. Davi Baeta, pastor da Igreja Batista de Moça Bonita, no Rio de Janeiro, compartilha suas experências.

1 – Qual é o impacto de um diagnóstico de câncer na vida de uma pessoa?

É algo muito forte. Quando sofri, há três anos, a primeira cirurgia (são três cirurgias, em três anos) eu sabia da existência de um tumor, que deveria ser retirado, do meu intestino. Depois de passar quase 5 dias no CTI, em regime de dieta zero, quando retornei ao quarto é que recebi a notícia de que era um tumor maligno.

Na hora, parece que a gente recebe uma notificação de pena de morte, ou algo parecido com um golpe numa luta de boxe que o joga na lona, ou qualquer outra coisa semelhante a esta. O segundo impacto foi pior do que o primeiro. Quando recebi, dois anos depois, o diagnóstico de metástase no fígado, o meu mundo desabou. Entretanto, um conjunto de fatores me reergueu, e, quando deixei de focar no futuro imprevisível e passei a focar no que poderia fazer através da doença, readquiri o sentido e a tremenda vontade de viver.

2 – Como o casal deve lidar, quando um dos cônjuges recebe a notícia de que está com câncer?

A Rosângela tem sido uma verdadeira heroína. Tem me abençoado muito, com sua paciência, renúncia, atenção e muito cuidado com as palavras. A presença dela tem sido muito importante. Há momentos em que preciso estar sozinho. Afinal de contas, "ninguém é forte o tempo todo e não há nada de errado nisto". Ela entende isso, e me deixa elaborar os meus pensamentos, e sempre reafirma que eu devo me dar o direito de sofrer ou de não me sentir bem. Ela ajuda a família a se manter em pé.

3 – O que você tem aprendido durante esta experiência?

Tenho aprendido a ser mais compreensivo com as pessoas, amar mais a Deus, deixar de me preocupar com os "motivos" para a existência do câncer, e procurar entender a dor das pessoas. Tenho aprendido a me submeter aos tratamentos, a ser disciplinado e a viver a vida celebrando, a cada dia, o seu valor. Realmente, a vida é somente esta e, mesmo não sabendo quanto tempo terei, tenho que aproveitá-la o máximo possível, amando mais a Deus e servindo-o com maior intensidade. Não acredito que ele me tenha dado um câncer, mas sei que ele me tem usado muito em conferências, em minha igreja e no contato com outras pessoas, levando-as a amarem a vida e a celebrarem-na.